segunda-feira, 30 de junho de 2008

Linhas de Discussão do I SEMINÁRIO VISÕES DO PATRIMÔNIO CULTURAL: bens edificados em debate

O Seminário será composto por três mesas redondas nas quais os expositores apresentarão temáticas que, ao fim de cada mesa, permitam discutir:

Ruína/Restauro: debate o bem arquitetônico como um resquício – sua possibilidade de restauração ou degradação. Mediante a ação inequívoca do tempo, o que fazer? Como os profissionais da arquitetura e história se posicionam quanto aos processos de degradação ou recuperação das edificações? O patrimônio urbano como um todo: a cidade em transformação – como mantê-la testemunho da memória frente aos agentes externos existentes?

Memória/Esquecimento: quais bens arquitetônicos devem ser preservados; quais devem ser lembrados e quais devem ser esquecidos? A partir de que critérios arquitetos e historiadores realizam essas escolhas? Quais são os condicionantes que permitem a permanência ou o desaparecimento de um edifício no tecido urbano da cidade? Qual o papel das memórias individuais ou coletivas no processo de lembrança e esquecimento das referências arquitetônicas? O patrimônio edificado pode subsistir por si mesmo ou necessita de algum amparo ou proteção legal?

Identidade Cultural/ Diversidade Cultural: os bens arquitetônicos atribuem identidades? Como a diversidade cultural se manifesta por meio das edificações? Os profissionais estão aptos a perceber as congruências e incongruências da cidade? Como a temporalidade agrupa ou re-significa os valores dos edifícios?

Assim, as linhas de discussão trabalham as relações entre a espacialidade e a temporalidade do patrimônio edificado.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Local do I SEMINÁRIO VISÕES DO PATRIMÔNIO CULTURAL: bens edificados em debate

O I Seminário Visões do Patrimônio Cultural ocorrerá na Casa do Baile, um importante bem edificado para a história da arquitetura brasileira. Projeto de Oscar Niemeyer (e paisagismo de Roberto Burle Marx), a Casa do Baile emerge como um componente do Conjunto da Pampulha, importante referência para a arquitetura moderna. Seu endereço é Avenida Otacílio Negrão de Lima, 751, Pampulha. Fone: 3277-7443.

CASA DO BAILE MANTÉM O SEU GLAMOUR
A arte está presente em toda a cidade, em especial na orla da Lagoa da Pampulha, que abriga, entre outros endereços famosos, a Casa do Baile. Idealizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurado em 1943 para ser um espaço de dança popular, o local é referência da moderna arquitetura brasileira e parte do Conjunto Arquitetônico da Pampulha. Na década de 40, freqüentar a Casa do Baile era, antes de mais nada, um símbolo de status da alta sociedade.
Em 1946, o Cassino que funcionava no atual Museu de Arte da Pampulha (MAP) foi fechado devido à proibição do jogo no país. O fato resultou na falta de freqüentadores e levou a Casa do Baile a encerrar suas atividades e a ser utilizada apenas para fins comerciais. Somente em 1986 a Casa do Baile foi reaberta, desta vez como anexo do MAP, permanecendo assim até 1995, quando foi transformada em restaurante dançante.

Situada em uma ilha artificial, ligada por uma pequena ponte de concreto de 11 metros à orla da lagoa, a Casa do Baile chama a atenção pelas formas sinuosas das fachadas que sugerem quase uma continuidade do espelho d'água. Tombado pelo Município por sua importância para a identidade cultural, o espaço foi restaurado pelo próprio Oscar Niemeyer e reaberto em 12 de dezembro de 2002, depois de quase quatro anos fechado e seis meses em obras de restauração.

A Casa do Baile funciona agora como espaço cultural virtual, destinado às temáticas arquitetônicas, urbanísticas e design, coordenada pela Fundação Municipal de Cultura.Com a missão de organizar, documentar e valorizar os espaços simbólicos da cidade e os objetos que se tornaram referência no cotidiano da sociedade, o local recebe exposições temporárias, divulga publicações e desenvolve seminários, encontros e outros eventos culturais. A estrutura abriga um salão de 255 metros quadrados, um auditório com recursos multimídia, salas de apoio administrativo e uma ilha digital com os acervos documentais à disposição de pesquisadores e do público em geral. No último ano, a Casa do Baile recebeu aproximadamente 40 mil visitantes, que prestigiaram a rica vida cultural de Belo Horizonte. O espaço fica aberto ao público de terça-feira a domingo, das 9h às 19h.

Fonte: Diário Oficial do Município - Belo Horizonte Ano XIV - Nº: 3.109 - 11/06/2008

"A Casa do Baile foi concebida como um gesto de boa vontade em relação àqueles que não pertenciam ao círculo da elite brasileira, e cujas necessidades e interesses mão eram atendidos pelas elegantes instituições do exclusivo complexo da Pampulha. E no entanto é aqui, na Casa do Baile, que encontramos Niemeyer no seu aspecto mais lírico e m ais característico. As formas desse edifício ilustram a concepção - inspirada no barroco - que Niemeyer tem da forma arquitetônica como cenário para uma múltipla experiência sensorial, neste caso não apenas visual, mas também culinária e musical. (...)"

FONTE: UNDERWOOD, David. Oscar Niemeyer e o modernismo de formas livres no Brasil. São Paulo: Cosac & Naif, 2002. P. 56.

Objetivos do I SEMINÁRIO VISÕES DO PATRIMÔNIO CULTURAL: bens edificados em debate

O I Seminário Visões do Patrimônio Cultural será um momento para discussão entre diferentes profissionais da área, representantes de comunidades interessadas na preservação dos seus bens culturais e demais público interessado.

Esse Seminário desponta como uma ocasião para que as metodologias sejam comparadas, no intuito de averiguar em que medida elas convergem ou destoam. Dentro de uma perspectiva mais genérica, espera-se apurar as contribuições da Arquitetura, Ciências Sociais, História e Turismo. No entanto as reflexões estarão centradas nas relações espaço e tempo e enfatizarão as metodologias da arquitetura e história.

Esse evento interessa em problematizar acerca da instituição de práticas mais abalizadas de produção de saberes, com a superação de espontaneísmos por metodologias coerentes e teoricamente articuladas.

Discutir distintos posicionamentos quanto às técnicas de pesquisas e aos fundamentos teóricos, por parte de profissionais como arquitetos e historiadores, buscando referências comuns que possam contribuir para o aprimoramento da área de pesquisa sobre o Patrimônio Cultural.
Estabelecer uma análise quanto ao valor dos bens arquitetônicos na conformação de paisagens urbanas e rurais e suas implicações nas identidades coletivas.


Abordar técnicas de pesquisas mais homogêneas para o trabalho com patrimônio cultural, considerando as diferentes apropriações dos bens edificados, por parte dos arquitetos, historiadores e a comunidade em geral.

Divulgar estudos recentes e reflexões de novos pesquisadores que têm se debruçado sobre a temática do patrimônio cultural, com ênfase no estudo dos bens edificados.

Múltiplos Olhares Sobre o Patrimônio Cultural

A arquitetura, como uma área própria de saber, comporta diversas dimensões. Uma delas é a técnica, com suas proposições de intervenção no espaço. A outra se articula a sua condição de manifestação artística, capaz de criar ambientes a partir de convenções estéticas.

As estruturas arquitetônicas se encontram inseridas no fluxo histórico, portanto, dizem algo sobre aquelas sociedades que as criaram. A preservação, a destruição ou a alteração das edificações são resultados de determinadas conjunturas econômicas, culturais ou políticas. Nesse sentido, podemos dizer que um bem arquitetônico constitui em elemento privilegiado para a formação do patrimônio cultural de um grupo, povo ou nação.

Desde já, sugere-se a existência de três perspectivas para a interpretação ou leitura crítica dessas materialidades. Em primeiro lugar haveria uma visão da arquitetura e engenharia, interessadas na análise dos materiais, das técnicas, das soluções e dos componentes das construções. Em segundo lugar teríamos uma interpretação da história da arte e arquitetura, preocupadas quanto ao valor dessas edificações como monumento ou ruína, sejam para expressar tendências artísticas coletivas ou demonstrações da criatividade individual. Por fim, teríamos a própria interação entre o(s) morador(es) e a paisagem arquitetônica que o(s) circunda(m), nessa perspectiva o que se valoriza são os sentimentos de pertencimento, reconhecimento e identidade.

Portanto, ao se falar de múltiplos olhares sobre o patrimônio, o que buscamos é realizar um esforço de reflexão sobre essas três possibilidades de apropriação dos bens edificados. A arquitetura tradicional, no sentido largo do termo, tem recebido nos últimos anos atenção de vários estudiosos, desejos de desvendar seus múltiplos significados. O que propomos é a organização de um evento, capaz de intercalar as discussões sobre o patrimônio cultural tendo como eixo privilegiado o debate acerca das diferentes interpretações dos bens edificados.

Cartaz do I SEMINÁRIO VISÕES DO PATRIMÔNIO CULTURAL: bens edificados em debate


Convite do I SEMINÁRIO VISÕES DO PATRIMÔNIO CULTURAL: bens edificados em debate


 


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