segunda-feira, 27 de abril de 2009

Belo Horizonte tomba 10 construções importantes para a história da cidade

Proteção garantida para o conjunto arquitetônico e para a preservação da memória de Belo Horizonte. O Conselho Deliberativo do Patrimônio Histórico Municipal oficializou o tombamento definitivo da Praça Raul Soares, na Região Centro-Sul, e de nove edificações ao longo da Avenida Olegário Maciel e no seu entorno. Desde dezembro, esse eixo que começa no terminal rodoviário e atravessa os bairros de Lourdes e Santo Agostinho, até a Avenida do Contorno, já está sob proteção do conselho. A decisão sobre o tombamento específico das construções foi publicada, quinta-feira (23), no Diário Oficial do Município (DOM).
O trabalho de pesquisa, inventário e levantamento demandou dois anos. Segundo a historiadora Michele Arroyo, diretora de Patrimônio Cultural, vinculado à Fundação Municipal de Cultura (FMC), essa área e seu conjunto urbano são de grande importância para a memória e referência de BH. Ela explicou que o trecho protegido se integra ao Centro e à Cidade Jardim. “Ao longo da Avenida Olegário Maciel, entre a Avenida Afonso Pena e a Praça Raul Soares, encontramos uma parte representativa das décadas de 1910 a 1940, que tinham construções com comércio na parte inferior e moradia na parte superior.”
A avenida ainda apresenta mais dois trechos significativos e bem marcantes: a Raul Soares, que foi requalificada no ano passado, deixando de lado o perfil degradado de simples rotatória, e apresenta jardins em estilo francês e motivos marajoara no piso de pedra portuguesa, e o trecho até a Assembleia, ocupado nas décadas de 1940 e 1950 e com edificações modernas. Michele lembra que a expectativa, ainda este ano, é do registro cultural do Mercado Central, que completa 80 anos e abriga um patrimônio imaterial de relevância para BH. Outro prédio que tem processo de tombamento aberto é o Edifício JK, projeto original de Oscar Niemeyer. “Embora não tenham tombamento isolado, tanto o Mercado Central como o JK já estão na área de proteção deliberada pelo conselho, em dezembro”, afirma.

Educação patrimonial

Na Praça Raul Soares, moradores aplaudem a iniciativa, que vai impedir a descaracterização de um espaço público feito de lazer e beleza. “Temos que aplaudir essa medida, pois valoriza o nosso patrimônio e cria salvaguardas para impedir a destruição”, acredita a estudante de Administração da PUCMinas, Anamaria Hosken Roelens. As amigas Marcela Oliveira de Morais, estudante de Comunicação Social na Fumec, e Marina Ávila Finocchio, de Administração na PUCMinas também esperam providências seguras para a conservação. “Aqui é um lugar bonito, hoje está tranquilo, e merece ser defendido”, disse Marcela.
Embora não tenha sido comunicada oficialmente, a diretora da Escola Estadual Pandiá Calógeras, Tânia Maria Silva, acredita em benefícios. E planeja ações de educação patrimonial para disseminar as informações aos 2 mil alunos, do 1º ao 9º ano, divididos em dois turnos. “Vamos fazer um projeto para trabalhar a história da escola”, afirmou Tânia.
A Chefe da divisão de Documentação e Informação/FMC, Françoise Jean de Oliveira Souza, lembra que muitas das construções da Avenida Olegário Maciel estão encobertas pelas placas. “O trecho mais central está maltratado, embora haja muitas construções inteiras. O objetivo é fazer com os que os proprietários se adequem às novas diretrizes e, à medidas que forem renovando a licença de placa, se encaixem nos padrões legais”, disse.

Fonte: http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2009/04/24/em_noticia_print,id_sessao=2&id_noticia=107672/em_noticia_print.shtml

Um comentário:

Ari disse...
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